domingo, 3 de fevereiro de 2013

Instrumentos musicais importados poderão ficar isentos de impostos (calma.. não é bem assim !!!)

Há um bom tempo circula no meio musical o assunto sobre isenção musical para instrumentos musicais. No inicio deste ano saiu uma noticia pela Agencia Senado sobre o assunto, que transcrevo a seguir:

"(07/01/2013 - 13h30 Comissões - Assuntos Econômicos - Atualizado em 07/01/2013 - 19h45
 Por Raíssa Abreu )

Os músicos brasileiros poderão se beneficiar de um projeto que está pronto para ser votado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE). Na forma do substitutivo do senador Waldemir Moka (PMDB-MS), o PLS 86/2004 deve isentar do Imposto sobre Importação os instrumentos musicais e suas partes e acessórios sem similar nacional.
O projeto também concede a esses produtos isenção da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços (PIS/Pasep Importação). E ainda da Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (Cofins Importação).
Para se beneficiar da isenção, orquestras, atividades afins e músicos individuais devem comprovar a atividade profissional. Além disso, os músicos somente poderão se beneficiar da isenção, para uso pessoal, uma vez a cada 36 meses.
O instrumento importado adquirido não poderá ser transferido para uma outra pessoa ou entidade que não satisfaça as condições estipuladas no projeto antes de 36 meses. Caso isso ocorra, o músico beneficiado ficará sujeito ao pagamento do tributo dispensado.
O projeto, originalmente apresentado pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), incorporou, durante sua tramitação, emendas que procuraram garantir a proteção à indústria nacional de instrumentos musicais. O texto já recebeu pareceres favoráveis das comissões de Educação e de Constituição, Justiça e Cidadania, e será votado agora, pela CAE, em caráter terminativo – ou seja, se aprovado, segue direto para a Câmara dos Deputados."
Fonte : Agência Senado

Então, se você está começando a tocar ou é um musico amador, ou toca por puro prazer, hobbie, terapia, pode tirar o sorriso do rosto porque aquela Gibson, Fender, PRS, Ibanez e outras tantas não vão abaixar de preço....

E você que é musico profissional também tire o sorriso porque essa lei irá "isentar do Imposto sobre Importação os instrumentos musicais e suas partes e acessórios sem similar nacional" .  Se você toca guitarra, baixo, qualquer coisa que seja fabricada no Brasil, essa isenção não vale. Note no texto que a isenção era para todos os instrumentos, mas "emendas"  garantiram  "a proteção à indústria nacional de instrumentos musicais".  Ou seja, a incompetência nacional sempre protegida por lei...

Fico pensando, por exemplo, na Giannini que fabrica seus instrumentos na China. Como o instrumento é fabricado lá, entendo que aqui não são contratados luthiers, então não há mão de obra brasileira. Ai eu pergunto: que proteção à industria nacional é essa?

Eu entendo o problema do "Custo Brasil", sei que em nosso país quem tem uma empresa legalizada arca com uma carga pesadíssima de impostos, mas não entendo porque os lobbies são sempre em favor do protecionismo e nunca em favor da diminuição de impostos e aumento de produtividade com mão de obra brasileira.

Como citei a Giannini, segue um link para uma entrevista do ano passado com Giorgio Ginannini sobre a dificuldade de produzir instrumentos musicais no Brasil:
"Fabricante de instrumentos com 112 anos de história conta como sobrevive aos importados"

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Deputados aprovam proposta de redução de impostos sobre instrumentos


A Comissão de Educação e Cultura aprovou na última quarta-feira (9/05) proposta que reduz a tributação sobre a venda e a importação de instrumentos musicais e sobre as matérias-primas e ferramentas destinadas à construção artesanal dos instrumentos e de seus acessórios.

O texto aprovado é um texto do deputado Pinto Itamaraty (PSDB-MA) que substitui o Projeto de Lei 3623/08, do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), que prevê isenções para os instrumentos. O substitutivo incorporou sugestões da deputada licenciada Maria do Rosário (PT-RS), que tramita em conjunto e prevê incentivos para a fabricação artesanal de instrumentos e de seus acessórios.

Segundo o novo texto, a receita bruta da venda de instrumentos musicais no mercado interno e as matérias-primas e ferramentas destinadas à construção artesanal de instrumentos musicais e seus acessórios terão isentos o PIS/Pasep e a Cofins. Os instrumentos e as matérias-primas também terão isenção do PIS/Pasep-Importação, da Cofins Importação e do Imposto de Importação.

No caso do PIS/Pasep-Importação, da Cofins Importação e do Imposto de Importação, a isenção para matérias-primas e ferramentas valerá apenas para aquelas importadas por artesãos e luthiers residentes e domiciliados no Brasil ou por microempresas e empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede e administração no País.

A proposta também isenta as saídas de instrumentos musicais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Redução de preço
Para o relator, deputado Pinto Itamaraty (foto), as isenções poderão gerar a redução do preço dos instrumentos musicais e facilitar o acesso da população brasileira a esses produtos. "A tributação excessiva tem impacto em todas as esferas da música brasileira: prejudica a formação de novos músicos, desestimula a atuação profissional e amadora dos artistas, eleva o preço de ingressos de shows e espetáculos musicais, desestimula a formação de plateias e inviabiliza projetos sociais, educativos e culturais que têm a música como fio condutor”, explicou Itamaraty.

O deputado afirma que as medidas também estão em consonância com ações previstas no Plano Nacional de Cultura, instituído pela Lei 12.343/10. O projeto ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fontes: Guitar LoadMusica & Mercado

terça-feira, 15 de maio de 2012

Reactable

Tá... eu sei que o título desse blog é "Furia das Guitarras"... mas qual músico nunca se interessou por mais de um instrumento ? E o que é mais interessante hoje em dia é como a tecnologia cada vez mais infiltra-se na música ou no jeito como os músicos fazem música.

E esse foi o tema da coluna de tecnologia do Jornal da Globo - Conecte - de 16/05 onde exibiram um instrumento eletrônico musical multi-touch em formato de mesa (ou table para que adora um termo em inglês...), o qual chamam de Reactable.



Pelo que vi rapidamente pela web, esse instrumento já existe desde 2009 mas pelo jeito é mais popular entre o pessoal de música techno e trance.

O Reactable foi desenvolvido por pesquisadores da Pompeu Fabra University e foi apresentado em algumas feiras e eventos de música eletrônica, até que seus desenvolvedores uniram-se e formaram a Reactable Systems e colocaram o dispositivo em produção.  Segundo a matéria do Jornal da Globo, seu preço atual é na faixa de R$ 35.000,00.

Inspirado nos sintetizadores análogos modulares, o Reactable é basicamente uma mesa com uma superfície touch que utiliza uma série de cubos onde cada um controla um aspecto diferente do sistema, e são capazes de interagir com o outro quando estão próximos. A intenção disso é construir um setup de samples e loops, onde o resultado sonoro é representado graficamente na superfície da mesa mostrando as ondas sonoras reais que vão de um cubo ao outro.

Os quatro módulos sonoros principais do Reactable incluem geradores de som, filtros de som ou efeitos,
controladores e objetos globais. Os geradores de som geram sons que podem ser alterados pelos filtros. Controladores, que incluem módulos como osciladores de baixa freqüência ou enteados seqüenciadores, podem modificar dinamicamente o comportamento dos objetos que ficam conectados, enquanto os objetos globais afetam os parâmetros globais da tabela, como as batidas por minuto, o volume ou mesmo o estrutura harmônica. Todos os parâmetros envolvidos nestes processos podem ser controlados e transformados por botões, bem como, anexando mais controladores para eles.


Para quem ficou interessado mas não pode gastar tanto assim nesse ultra-avançado tablet,  há  versões para  Iphone e Android por US$10,00.



Mais detalhes em : http://www.reactable.com/

terça-feira, 8 de maio de 2012

G3 confirma shows no Brasil em Outubro

O G3, trio de guitarristas liderado por Joe Satriani, volta ao Brasil com nova formação em outubro deste ano. Desta vez, Satriani vem acompanhado do guitarrista do Dream Theater, John Petrucci, e de Steve Morse, do Deep Purple.


No Rio de Janeiro, o show acontece no dia 11 de outubro, no Citibank Hall. Já em São Paulo, no Credicard Hall no dia 12 do mesmo mês. Clientes Credicard, Citibank e Diners contam com pré-venda exclusiva entre 07 e 13 de maio. O público em geral poderá adquirir os ingressos a partir de 14 de maio. Informações sobre preços e serviço serão divulgadas em breve.

Fonte : Guitar Load

Efeitos - Introdução


Nossa...  as últimas postagens deste blog foram só de músicos falecidos... vamos mudar de assunto ?

Então nada melhor que uma série de matérias falando sobre efeitos para guitarra, certo ?

Unidades de efeito são dispositivos eletrônicos que alteram o som de um instrumento musical e - ao contrário do que alguns pensam - não servem somente para baixo e guitarra, também existem unidades de efeito para voz, bateria e instrumentos acústicos...

Essas unidades de efeitos podem alterar o som suavemente ou drasticamente, dependendo do gosto e ajuste do músico. Podem ser utilizadas tanto em casa, como em estúdios ou em performances ao vivo.

Basicamente existem estes tipos de unidades de efeito :
- "pedal" , "pedaleira" e multi-efeitos
- rack
- embutidos em amplificadores ou instrumentos;
- unidades de mesa
- software (quando se utiliza um computador para gravar as músicas)

O efeito em "pedal" (pedal de efeito, termo mais comum) constitui-se basicamente de uma caixa de metal/plástico que geralmente fica no chão próximo ao músico e conectado ao seu instrumento, de modo que possa ser acionadas quando há necessidade. O exemplo abaixo é de um esquema de pedais.


Essas "caixinhas" são basicamente controladas por um "switch" - um componente eletrônico que interrompe/continua uma corrente elétrica - e botões de controle que alteram o volume e/ou modulação do som.


Fonte : Hobby-Hour.com

As "pedaleiras" tanto podem ser vários pedais interligados ou não, montados em uma plataforma, ou uma unidade multi-efeitos (multi-FX), que consiste em um único pedal eletrônico construído em um gabinete pequeno e baixo que contém vários efeitos eletrônicos diferentes. Dispositivos multi-FX permitem que seus usuários "pré-configurem" combinações de efeitos diferentes, possibilitando que os músicos acessem rapidamente diferentes combinações de efeito no palco.



Aliás, pedaleiras tem de todos os tipos e gostos, desde as padronizadas (como o pedal board da BOSS, carinhosamente chamada de maletinha da BOSS pelos músicos daqui), como as produzidas por encomenda (como a pedaleira de David Gilmour - Pink Floyd).



Efeitos em rack são utilizados geralmente em estúdios ou apresentações ao vivo. Eles normalmente são controlados por reguladores (knobs) ou comutadores em seu painel frontal e geralmente por uma interface de controle MIDI digital. Eles são construídos em um revestimento projetado para integrar um rack padrão de 19 polegadas, para as indústrias de telecomunicações e computação. Racks de "montagem de shock" (shock mount) foram projetados para músicos que transportam equipamentos em grandes turnês. Dispositivos que possuem menos que 19 polegadas de largura podem usar adaptadores de "orelha" especiais que permitem que eles sejam integrados ao rack.


Efeitos embutidos em amplificadores ou instrumentos são algo um pouco mais recente, consistem em alguns efeitos (overdrive, distoção, phaser, flanger, tremolo...) que são integrados ao circuito eletronico do amplificador ou no corpo da guitarra. Exemplos de amplificador com efeitos embutidos são a linha  Mustang da Fender,   a linha Vypyr da Peavey e a linha Spider da Line 6.




Exemplos de guitarra com efeito embutido são as guitarras da Manson que vem com o Kaos Pad da Korg embutido e a Gibson Firebird X. O tipo e quantidade de efeitos variam de fabricante para fabricante assim como entre instrumentos da mesma linha.



Uma unidade de mesa é colocada - obviamente - sobre uma mesa e é controlada manualmente. Um exemplo é o simulador de amplificador de guitarra POD da Line 6 e o Vamp3 da Behringer e o BOSS Micro BR (que está mais para unidade de gravação que para unidade de efeitos, mas também tem essa função). É mais utilizada para estudo ou para gravações em estudio (geralmente home studio) ... Claro que nesses modelos citados também podem ser utilizados em shows ao vivo, mas tem suas limitações.




Finalmente os efeitos de software são todos os efeitos que são disponibilizados nos inúmeros softwares de edição de áudio ou softwares para treinamento. Os exemplos são o Jam Lab (já citado aqui [colocar o link]), o Audacity, Pro-Tools, Sonar, Cubase e outros... Esses efeitos geralmente vêm em forma de plugins.
um plugin ou módulo de extensão (também conhecido por plug-in, add-in, add-on) é um programa de computador usado para adicionar funções a outros programas maiores, provendo alguma funcionalidade especial ou muito específica. Geralmente pequeno e leve, é usado somente sob demanda.








Apesar de atualmente não haver consenso sobre como categorizar os efeitos, há sete classificações
comuns : dinâmicos, baseados em tempo, modulação, filtro, pitch/frequência, feedback/sustain e distorção.

Os dinâmicos tem como função amplificar ou equalizar as diferenças de volume em um sinal. A maioria dos sons tem partes que se destacam mais alto do que outros. Um pedaço da música é "dinâmico" se há grandes diferenças entre as peças mais silenciosos e mais alto. A diferença entre as partes mais silenciosos e as mais altos de um som é chamado a gama dinâmica, e os efeitos deste tipo tem a função de alterar esta gama dinâmica. Exemplo : Compressor, Limiter.

Efeitos baseados em tempo : simplificando, é um atraso no sinal do som. Se você adicionar um atraso para a parte de guitarra de uma música, ele repete o som original de uma ou mais vezes, acrescentando mais notas em momentos posteriores do que o original - é como ter um segundo guitarrista tocar junto com o primeiro. Exemplo : Delay, Reverb.

Efeitos de modulação aplicam uma técnica de processamento de sinal de áudio usado para filtrar um sinal através da criação de uma série de picos e depressões no espectro de frequência. A posição dos picos e depressões é tipicamente modulada de forma que elas variam ao longo do tempo, criando um efeito de varrimento. Geralmente incluem um oscilador de baixa frequência. Exemplos : Phaser, Chorus, Flanger, Vibrato.

Um filtro é um dispositivo ou processo que remove algum componente indesejado ou característica de um sinal sonoro . Na maioria das vezes, isto significa remover algumas freqüências e não outras, a fim de suprimir os sinais de interferência e reduzir o ruído de fundo. Exemplo : Equalizer, Wha-wha.

Os efeitos de pitch/frequência alterarm a propriedade do som que nos permite classificá-lo como grave ou agudo. A altura está relacionada com a freqüência: quanto maior a freqüência, mais agudo é o som e, quanto menor a freqüência, mais grave é o som. Exemplo: Octaver, Pitch-Shift, Harmoniser.

Os efeitos de feedback/sustain provocam simplesmente a sustentação das notas do instrumento. No feedback (ou retroalimentação),  o sinal de saída de um sistema (ou circuito) é transferida para a entrada deste mesmo sistema, com o objetivo de diminuir, amplificar ou controlar a saída do sistema. Exemplos : Boss DF-2 SUPER Feedbacker & Distortion,  Boss CS-3 Compressor Sustainer Pedal.

O efeito de distorção é a saturação do som. Quando o nível de entrada se torna muito elevado o sinal fica distorcido. Distorção e Overdrive são os dois modos em que estes efeitos podem ser feitos e podem gerar harmônicas de alta-frequência. Exemplos :  OD3 Overdrive e MT2 Metal Zone da BOSS e Tube Screamer da Ibanez.

Nas próximas partes deste artigo vou abordar mais profundamente cada tópico deste poste. Até breve !